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Geminação
Instrumento do âmbito da Paradiplomacia (ver) e que, sobretudo em Portugal, é por vezes identificado como diplomacia municipal, tem como objetivo criar relações e mecanismos protocolares, designadamente a nível espacial, económico e cultural, através dos quais cidades de áreas geográficas ou políticas distintas, por regra fora das fronteiras do estado a que pertencem, estabelecem laços de cooperação. Na Europa, tal género de parcerias designam-se por cidades gémeas ou geminadas, enquanto que nos EUA e Brasil, por exemplo, são conhecidas por “cidades irmãs”.

A Comissão Europeia tem em curso até 2013, o programa “Europa para os Cidadãos” com financiamento de medidas de apoio ao intercâmbio de boas práticas, visando a promoção de actividades de geminação e a formação de redes e a cooperação entre cidades geminadas.

Guerra
Luta durante certo lapso temporal entre as forças armadas de dois ou mais estados, dirigidas pelos respetivos governos. O estado de guerra surge com os atos de beligerância e tem início quando as forças armadas de um estado atacam o território ou as forças armadas de outro estado, com o intuito de o conquistar ou de o obrigar a proceder de acordo com a sua vontade. Pode-se considerar em guerra, aquele país que tem a sua soberania (povo, governo e território) atacada. Apenas no século XX, a guerra passou a ser considerada como um ilícito internacional – anteriormente, era uma alternativa legítima para a resolução de pendências entre Estados. O Pacto da Sociedade das Nações (1919), antecessor da ONU, limitou a guerra, sem a proibir totalmente, como decorre do seu artigo 12: “Todos os membros da Sociedade concordam em que, se entre eles surgir controvérsia suscetível de produzir ruptura, submeterão o caso seja ao processo da arbitragem ou à solução judiciária, seja ao exame do Conselho. Concordam também em que não deverão, em caso algum, recorrer à guerra antes da expiração do prazo de três meses após a decisão arbitral ou judiciária, ou o relatório do Conselho.” Posteriormente, o Pacto de Paris (Pacto Briand-Kellog, em 1928) condenava e renunciava a via bélica, colocando-a fora da lei (outlawry of war) ao estatuir que “As altas partes contratantes declaram solenemente condenar o recurso à guerra como meio de solucionar conflitos internacionais, e renunciam a ela como instrumento de política nacional nas suas relações mútuas. As altas partes contratantes reconhecem que a solução de disputas ou conflitos de qualquer natureza ou origem que possam surgir entre elas deverá ser buscada somente por meios pacíficos.” Apenas depois, com a Carta das Nações Unidas, de 1945, se proibiu formalmente a guerra, conforme expressa o artigo 2º., & 4º: “Os membros da Organização, nas suas relações internacionais, abster-se-ão de recorrer à ameaça ou uso da força contra a integridade territorial ou a independência política de qualquer estado, ou de qualquer outra forma incompatível com os propósitos das Nações Unidas.”

Guerra Fria
Termo que designa a situação internacional decorrente da formação de dois blocos militares, ao longo da segunda metade do século XX, na sequência de dois pactos militares antagónicos com influência global. Em 1947 foi criada a Organização do Tratado Atlântico Norte (OTAN/NATO) sob a liderança dos EUA, com a participação da Grã-Bretanha, Dinamarca, Holanda, Itália, Canadá, Islândia, Luxemburgo, Noruega e Portugal. Nesse mesmo ano, foi criado o COMINFORM (Communist Information Bureau) com o propósito de coordenar o movimento comunista em diferentes partes do mundo. Os novos governos socialistas passaram a exercer rígidos controlos que visavam assegurar o isolamento político e cultural frente ao "mundo ocidental". Uma das consequências dramáticas desta realidade ocorreu em 1949, com a criação de dois estados alemães (República Federal Alemã e República Democrtática da Alemanha) como resultado do bloqueio soviético de Berlim em 1948. Em 1955 organizou-se, a leste da Europa, o Pacto de Varsóvia (1955) sob a liderança da União Soviética, com a participação da Alemanha Oriental, Checoslováquia, Polónia, Hungria, Bulgária, Roménia e Albânia.

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